Jiu Jitsu - Gracie Barra
Jiu-Jitsu uma arte entre mãos Jorge Angélico, 38 anos, é natural de Lisboa, mas é na Costa de Caparica que trabalha como instrutor de Jiu-Jitsu, na academia do Gracie Barra. Jorge Angélico passou a infância na Costa de Caparica, até aos doze anos, onde experimentou pela primeira vez o Jiu-Jitsu. Depois foi para a Inglaterra, tendo mais tarde regressado a Portugal. Já em terras lusas, começou a treinar e até hoje nunca mais parou. “Antes da arte marcial frequentei um curso de Gestão da Distribuição e de Logística que durou três anos e após concluí-lo decidi mudar o rumo e envergar pela carreira de instrutor de Jiu-Jitsu.” A carreira nesta arte marcial tem uma duração média de 12 anos, mas depende muito de cada professor. “Há um registo médio de oito a dez anos de Jiu-Jitsu até se conseguir chegar à faixa preta.” Para quem é adulto, a primeira faixa é branca, depois há a faixa azul, a roxa e a marrom, que é precisamente a faixa onde se encontra Jorge Angélico. “O passo seguinte e último para a maioria das pessoas é a faixa preta, mas depois ainda existem mais graduações que são as faixas corais. Cada faixa tem graus. Na preta vai até ao sexto. “São como as divisas do exército”, explica-me. Jorge Angélico conta-me que quando se chega à faixa preta não se trata apenas da realização na arte marcial, mas começa a carregar-se uma grande responsabilidade social, nomeadamente na área de residência. “Uma aula é como se fosse uma irmandade, amor ao próximo, saber ter compaixão, deixar-se o ego à porta da academia, viver cada treino como se fosse o primeiro da nossa vida e estar com a cabeça vazia de problemas.” A academia Gracie Barra Caparica, começou, há quatro anos, com uma brincadeira, mas atualmente o instrutor dá aulas a 50/55 alunos divididos por vários grupos. O Jiu-Jitsu como arte marcial tem também a componente desportiva. Houve uma fase em que Jorge Angélico entrou em campeonatos. Deslocou-se algumas vezes ao estrangeiro em competições, tornando-se campeão na sua categoria, há três anos, em Londres. Competiu também em Barcelona onde se sagrou vice-campeão europeu no Campeonato Europeu de Masters. Voltou a repetir a proeza, mas desta vez em Roma, onde se tornou vice-campeão europeu na categoria absoluto e terceiro na categoria do seu peso. O Jiu-Jitsu que Jorge Angélico pratica é o brasileiro e a Gracie Barra é o fruto de um conceito gerado no Brasil em 1986 pelo Mestre Carlos Gracie Júnior “Carlinhos”. Com o objetivo de ter uma academia em cada cidade por todo o mundo, o conceito foi-se expandindo. O mestre investiu em vários alunos com o intuito de cada um lançar uma academia. Neste momento só em Portugal existem 10 academias Gracie Barra. Em termos de projetos futuros, Jorge Angélico confessou-me que “estamos a unir cada vez mais as academias Gracie Barra e temos muitas atividades em conjunto, como convívios e competições. Estamos também a unir esforços para o projeto embaixador, que consiste em angariar fundos para podermos apoiar vários atletas que queiram competir. É preciso ajudá-los a pagar ginásios, estudos e uniformes.” Jorge Angélico, disse-me que o seu projeto está em vigor desde que começou esta caminhada e consiste em ajudar o maior número de pessoas através do Jiu-Jitsu. “Para mim a arte marcial funciona como um veículo dentro e fora do tatame e do nosso dojo, ou seja, dentro e fora da nossa academia”.